SERIA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA UM LÍDER ?
É fato público e notório que o mundo enfrenta uma crise como nunca antes vista na contemporaneidade (com exceção à gripe espanhola de meados do ano de 1918). Todas as lideranças mundiais têm demonstrado grande preocupação para com a disseminação do vírus chinês que atualmente enferma a humanidade.
Há de se mencionar que inicialmente, quando o epicentro da doença se encontrava tão somente na China, os governantes do dito país comunista informaram à comunidade internacional que o covid-19 não era motivo de preocupações, vez que, o mesmo não era tão letal. Assim sendo, presumindo-se a boa-fé do governo chinês, os demais países não deram a devida importância que o assunto demandava.
Ledo engano!
Confiar na palavra de um governo ditatorial escravocrata levou à morte milhares de pessoas inocentes, sendo que suas principais vítimas foram justamente os idosos, que ao longo de suas vidas corroboraram para com o desenvolvimento da sociedade.
Enfim, fato é que, considerando o posicionamento oficial da China, informando que o vírus não era motivo para tomar medidas drásticas, diversos governantes foram induzidos ao erro não determinando estado de quarentena imediatamente à chegada do vírus em suas respectivas jurisdições. Muitos aconselharam as pessoas a saírem de casa normalmente e outros, imprudentemente chegaram ao ponto de aconselhar os seus conterrâneos a abraçarem chineses recém chegados de seu país natal, como no caso da Itália, que, não por acaso, por várias semanas foi o epicentro da doença, que ainda causa milhares de mortes diariamente no referido país.
Assim sendo, foi questão de pouco tempo para que a famigerada peste chinesa rapidamente chegasse em todos os cantos do mundo e vitimasse mais pessoas ainda. O Brasil não foi exceção e até a presente data (07/04/2020) já temos milhares de infectados confirmados e centenas de mortos pela doença.
Graças ao Bom Deus, nossos números ainda estão relativamente baixos em relação a outros diversos países, muito em razão do fato de que rapidamente, o ministério da saúde aconselhou a decretação de quarentena aos cidadãos, que, felizmente, não demoraram muito a perceber a gravidade da questão e passaram, em sua maioria, a obedecer as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e demais autoridades e se confinaram em suas residências.
Ocorre que, poucos dias depois, nosso Presidente, contrariou o posicionamento de seu próprio Ministro, que, há de se falar, possui as qualificações técnicas para tomar decisões numa situação de epidemia, colocando-se favorável ao encerramento do confinamento geral, alegando preocupação para com a economia.
Destaca-se que ambos os posicionamentos são corretos, haja vista que, se por um lado o país possui milhões de trabalhadores informais que dependem dos frutos diários de sua labore para sobreviver, do outro, caso a quarentena seja encerrada abruptamente, corremos o risco de aumentar substancialmente o número de infectados e “colapsar”, nas palavras do ministro da saúde, o já desgastado Sistema único de Saúde. De antemão, acredito que a posição do Ministro Mandetta é mais sensata, haja vista que, como um conservador, defendo que a vida é o bem maior da humanidade, devendo EM TODAS AS OPORTUNIDADES, ser protegida.
Ocorre que, assim como eu, a maioria dos brasileiros, demonstrando preferir a ciência à paixão, se mostrou favorável à quarentena, contrariando o Presidente da República, que, por sua vez, sentiu-se ameaçado com o natural crescimento de popularidade de seu próprio ministro – digo natural, pois é sensato que, em se tratando de uma situação causada por uma doença, um médico ganhe destaque.
Diante da referida “ameaça”, o presidente Jair Bolsonaro, passou a agir como uma criança mimada e se utilizou de seu estado de autoridade para fazer valer sua posição e tentar dissuadir o ministro de sua posição inicial, ameaçando o mesmo com uma possível demissão dizendo coisas como: “não tenho medo de usar a minha caneta” ou “pessoas do governo têm que entender que aqui existe uma hierarquia”.
Tais comportamentos de egocentrismo, demonstram que o Presidente está longe de ser um líder da nação. Uma vez que um líder, agiria de forma a encorajar a nação a passar pelos momentos difíceis enfrentando as adversidades em conjunto para com seus semelhantes e JAMAIS se utilizaria da posição que ocupa hierarquicamente para ser respeitado, vez que o respeito dos liderados é conquistado a partir de demonstrações particulares de virtude.
Necessário é dizer também que um líder, assim como todo ser humano inteligente, é capaz de reconhecer quando está equivocado, assim como diversos líderes mundiais que, inicialmente comungavam da mesma posição de Jair Bolsonaro fizeram ao tomarem ciência da gravidade da situação, coisa que Bolsonaro não fez. A propósito, um “mito” não pode estar errado.
Enfim, o Presidente da República, não demonstra possuir a virtude da liderança, apequenando, portanto, a instituição a qual ocupa, bem como, não sabe que ilusão é um dos sinônimos de mito.
MATHEUS SANTOS ALCÂNTARA – Bacharel em Direito – Caxambu – MG