PESSOAS QUE ESTÃO FAZENDO A DIFERENÇA – AMIGOS INVISÍVEIS DOAM SEU TRABALHO POR NÓS

O Mauro tem uma empresa de transporte por motos há 7 anos. Trabalha muito o dia todo. E nestes tempos de isolamento imposto pelo combate ao Covid 19, a demanda aumentou.

Ele conta que está fazendo em torno de 20 a 30 viagens diárias. – “Eu tive recomendações da Secretaria de Saúde sobre o contato com os clientes, estou tendo todos os cuidados” – garante.

Mas tanto este profissional, quanto tantos outros sentem muitas vezes na pele, uma outra doença: a indiferença.

Ao produzir a reportagem, o fotógrafo e jornalista Zhekha Amorim percebeu que muitos de nós estão neste momento na dependência destes e de tantos outros profissionais. E que mesmo assim na maioria das vezes, são pessoas que passam despercebidas.

– “Eu quis mostrar e valorizar quem está na luta nestes tempos difíceis. Todos nós temos que ter um grande sentimento de gratidão por essas pessoas” – afirmou Zhekha.

Na verdade o que o fotógrafo e jornalista passa em sua mensagem é a ideia de positividade, tão necessária nesse momento difícil. – “Vivemos uma incerteza grande do que nos espera. Ao mesmo tempo a vontade de registrar alguma coisa deste fato histórico me moveu por si só” – disse o jornalista.

E o jornal TRIBUNA abraçou a ideia. Caxambu é uma cidade pequena, mas sempre muito viva, alegre, que recebe centenas de turistas todos os meses. Os mais de 22 mil habitantes não sabem viver sem a presença dos visitantes. Aliás a cidade depende desse turismo.

Por esse e tantos outros motivos é que registrar as ruas quase desertas, apesar de ser um momento e um cenário passageiros, não deixa de ser um fato histórico. E valorizar os que mesmo assim continuam com sua missão, é mais do que relevante para todos nós.

COMÉRCIO ESSENCIAL

Alguns estabelecimentos considerados essenciais, estão funcionando. E com isto, os profissionais de entrega, como o Mauro,  do início da reportagem e são muitos na cidade, não param. Todos estão tendo bastante trabalho. É que muita gente está fazendo compras por telefone e pede pra levar a encomenda em casa.

COMIDA NA MESA

Com ou sem vírus, o povo tem que comer! As tradicionais mercearias e quitandas estão ali, onde sempre estiveram. De portas abertas com o que há de melhor.

As padarias também fazendo pão fresquinho todo dia.  Todas elas!

A turma da água mineral não chove no molhado não. Garante o abastecimento todos os dias, também com refrigerantes pra deixar o isolamento mais refrescante.

Junto com o pessoal de um grande supermercado da cidade e com os que trabalham nos mercados menores, todos estão garantindo a comida na mesa dos caxambuenses.

SAÚDE

Na Policlínica Central, todos a postos. Pra atender, orientar.

O mesmo vale para as farmácias, que continuam atendendo. Mesmo que seja com maior distância física que o normal. Na tradicional farmácia do “seu” Nei, as grades estão abaixadas; ele e a dona Emilinha estão se resguardando, mas a Régia continua firme no dia a dia.

Os colegas de outras drogarias também.

PAGAR CONTAS

Ninguém sabe se isto tudo vai durar muito. Ou se deve mesmo continuar. A economia já grita por soluções. E as contas não param de chegar. As equipes das lotéricas estão lá. Para receber os pagamentos e pra quem sabe fazer aquela “fezinha” e deixar alguém bem feliz.

ENCHENDO O TANQUE

Todos os postos de combustíveis na cidade estão funcionando. E tem muita gente que precisa abastecer seus veículos. Seja por precaução ou não, alguns procuram os postos. E os funcionários estão lá, sempre com atenção e educação. Sem esquecer da máscara para prevenir qualquer vírus estranho…

TUDO LIMPINHO

Essa turma pega pesado, com ou sem isolamento social. Mas agora todos estes precisam mais do que nunca serem valorizados e respeitados.

POLÍCIA PARA QUEM PRECISA

A Polícia Militar nas ruas garante a segurança. Parece um clichê, mas são eles quem garantem a nossa paz. Assim como os agentes da Polícia Civil, do Sistema Penitenciário, os Bombeiros, os policias rodoviários Federais e Estaduais e outros. Nossa força!

E TEM MUITO MAIS

A gente sabe que existem dezenas de outros profissionais em ação: no Hospital de Caxambu, médicos e enfermeiras; em oficinas mecânicas, no sistema bancário, nós da imprensa e tantos quantos não foram registrados ou citados aqui. Nos desculpem pela ausência, mas sintam-se homenageados.

E todos os demais que por força de uma quarentena imposta por poderes maiores e que não estão atuando, guardem suas energias. Muito terá que ser reconstruído, continuado, reorganizado.

NA FÉ

E pra terminar, a Dona Iara. Acariciando o Jack, o Golden Retrivier companheiro fiel do nosso repórter e fotógrafo, ela disse que tem medo de andar na rua, mas que precisa ir na mercearia buscar comida pra ela e para os frangos que cria…exemplo de quem sabe que a vida tem que continuar…na fé!

São simples registros de gente que muitos não percebem, mesmo nos tempos normais. Agora então, alguns se importam menos ainda… Todos estes e muitos outros fazem parte do nosso cotidiano. -“Igual a essas existem muitas pessoas esquecidas e que a gente tá tendo a chance de observar com outro olhar, com um pouco mais de carinho e preocupação” – finaliza Zhekha.

Edição de texto: Sérgio Monteiro

Fotos e reportagem: Zhekha Amorim –

instagram: @zhekhaamorim @zhekhaamorimfotografia