A verdadeira “Rede Social”
O ano era 1996, e eu tinha uma humilde coluna no “Jornal Tribuna”, chamada “Falando sério”, onde todo mês eu escrevia sobre algo relevante em Caxambu ou Brasil. Assuntos não faltavam e era muito gratificante encontrar as pessoas na rua e comentar sobre o que eu tinha escrito, receber críticas e sugestões, anotar ideias pro próximo artigo. Onde as pessoas se olhavam nos olhos pra conversar. Uma mesa de bar, ou um banco da praça era nosso “direct”. Era necessário, e prazeroso, estar presente pra saber o que a outra pessoa pensava. Olho no olho.
Por quantas e quanta vezes eu não tinha o que escrever, e bastava um encontro ao acaso na rua, e pronto, já tinha o tema. As notícias estavam ali, mas era necessário busca-las “in loco”. Eu jamais comecei um texto com “Ouvi dizer”, pois que “ouve dizer”, não sabe de onde veio.
25 anos depois, o mundo mudou, as informações se tornaram mais rápidas e mais acessíveis. As pessoas ficam sabendo de tudo em segundos. Basta abrir o celular e está tudo ali. Como a tecnologia é maravilhosa!
Mas como a tecnologia acabou com a “verdadeira Rede Social”. A do olho no olho. A do banco da praça. Da mesa do boteco nas tardes de sábado. Preste atenção nas pessoas na rua. “Oi, preciso falar com você!” – “Ah beleza, me manda um zap” ….. Como as pessoas abandonaram as varandas das casas e mergulharam seus rostos na tela de um celular. Uma vez vi dois caras num bar. Se sentaram, pediram uma cerveja. Cada um no seu celular. Tomaram 3 cervejas. Se levantaram e foram embora sem trocar uma palavra. O que foi feito do calor humano? Dá troca de ideias. Do papo jogado fora. O que foi feito …. O ano era 1996. Mas as “Redes Sociais” eram muito melhores …
Parabéns, “Jornal Tribuna”. Parabéns meu amigo-irmão Sérgio Monteiro. Tenho muito orgulho de fazer parte da história do “Tribuna”. Onde comecei meus primeiros passos como Designer Gráfico, e onde, por muitos anos, pude expor minhas ideias e opiniões. Que venham mais 25 anos, e que possamos continuar essa caminhada juntos. Obrigado, meu amigo!
Jr. Moska (que um dia já foi Juninho Moscca rs)
