A coluna de hoje é com Guiomar Paiva
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Minha terra
Em minha terra, está meu arquivo vivo de lembranças,
a casa onde nasci, meus primeiros passos,
minhas ilusões e expectativas.
Dos meus quatro filhos,
ali, nasceu uma das meninas.
Por toda a minha rua, há pegadas de infância,
cantigas de roda, pique esconde, teatros
e o circo, ainda, anuncia o espetáculo!
Em minha terra,
jorram águas que curam
e aliviam dores da Alma.
Suas esquinas guardam
beijos roubados
e encontros inesperados.
O sino da Igreja toca
para acordar a fé
e lentamente toca para anunciar perdas.
Uma só vez, soou pedindo por socorro num incêndio.
Em meu Templo, ouvi Deus falar comigo em silêncio.
Em minha Aldeia, está minha primeira escola,
onde aprendi a desenhar letras,
para contar histórias
e vê-las ganhar asas,
para virar poesia.
Em minha terra,
há tesouros escondidos
em um lugar sagrado,
que tem nome de saudade.
Minha terra guarda
metade de mim
e dá sentido
à minha vida inteira!
Guiomar Paiva (Poema para Caxambu)
Academia Caxambuense de Letras – outubro de 2021