NUTRIR OS SENTIDOS DE PALAVRAS E DE PALAVRAS O SENTIR
Coluna: SEGUIMENTOS - por: Antonio Trotta - Jornalista, Escritor e Poeta - 30 de abril de 2025

Dar à luz as ideias. Fazer brotar, em uma folha branca de papel, palavras. Reuni-las em sequências lógicas, em um redemoinho de letras até a exaustão da frase, do verso, dos significados. Criar. Ser capaz de suscitar expressões e textos que comovam a alma, transgridam os pensamentos e deem leveza ao ser.
Enfileirar letras, palavras e pensamentos. Combinar os sujeitos. Alimentar o verbo até dar vida e senti-lo pulsar entre um parágrafo e outro. Fazê-lo escorrer por entre pontuações e indagações. Sentir o novo, o embrionário nascer do que parecia infecundo. Expeli-lo como necessidade, como razão, como única possibilidade de fazer, sendo, ao mesmo tempo, criador e criatura. Ter na escrita a mesma tinta que corre nas veias.
Mais do que preencher espaço, deixar marcas. Mais do que multiplicar palavras, construir pensamentos e ações. Mover. Dar direção e conduzir, a bom termo, os termos e as ideias. Escrever e navegar. Poder lançar sobre as águas mensagens em garrafas que sejam maiores que a imensidão do mar. Navegar na imensidão do pensamento e escrever, colocando o ponto final no horizonte. Assinar apenas lá onde o sol se põe e, ainda por cima, com letras pequenas, minúsculas, do tamanho dos grãos de mostardas.
Que cada palavra tenha luz própria. Que cada ideia nasça do pensamento, da observação e da experiência. Nutrir de sentido o sentir. Perceber que pode-se expressar, em palavras, o que conspiram as estrelas, mesmo as mais distantes. Nas entrelinhas, reescrever a lua, as flores e as borboletas. Voar. Dar asas à imaginação até ultrapassar nos versos o infinito.
Sentir-se cada palavra e sentir-se texto, história, sujeito e objeto. Contentar-se no verbo abraçando o que vem pela frente, entre vírgulas, antes das reticências. Não apenas estar nas palavras, mas ser elas próprias, em cada letra que se levanta, que se apresenta. Ser conteúdo. Fazer parte da forma, do estilo, da estética, das ideias, do desenvolvimento do pensamento em uma folha de papel em branco. Ser ideia, iluminar.
Antonio Trotta,
Jornalista, escritor e poeta.
E ter consciência do poder das palavras, do seu alcance…
A força da palavra. Elas são enormes. Tem o seu poder.
Que força tem uma simples palavra. Que poder! Que trajetória! “Um grão de mostarda”, que abarca o mundo. Sensacional colocação, caro amigo.
Elas são poderosas. Um poema então é algo avassalador.
A Palavra tem Poder!
Que ELA para educar, demonstrar afeto corrigir com afeto e empoderar!
Com certeza. Foi justamente na educação que tudo acontece. Bem lembrado.
As palavras formam o texto,
a história, o contexto
e o sentir, o pretexto.
Rimado e certeiro. Seu comentário é verdadeiro.
Mergulhei nas palavras! É realmente uma linda navegação apreciar suas inspirações, Trotta! Meus aplausos sempre serão mais fortes, pois em cada criação, você nos surpreende e encanta! Gratidão Vitalícia por nos tocar a alma!
Suas palavras me comovem. Minha alma se encanta e agradece.
Mais um texto maravilhoso…A escrita, como sangue nas veias, pulsa inevitável. Criador e criatura tornam-se um só. Parabéns por nos presentear com essa belezura
Grato por suas palavras e percepção das minúcias das frases.