Esta obra vem na esteira de um trabalho de pesquisa que o autor realizou sobre os templos históricos do município de Pouso Alegre, a pedido da Patrimonium Assessoria e Consultoria, da cidade de Baependi, confessando que ficou vivamente entusiasmado pelo que encontrou e, principalmente, por alguns importantes contatos estabelecidos na ocasião e que foram decisivos para que aquela pesquisa fosse realizada a contento.
E aqui se destaca a figura da madre superiora do Carmelo de Pouso Alegre, irmã Maria da Paz, que passou significativas informações sobre aquela instituição secular. De igual forma, o autor também destaca a gentileza do professor Fernando Henrique do Vale, que o subsidiou com informações relevantes constantes, na realidade, de uma de suas meritórias obras sobre o papel da igreja em Pouso Alegre.
Falar dos templos históricos de Pouso Alegre remete-nos, necessariamente, à formação territorial do município e aí vamos encontrar duas importantes fontes de consulta: a primeira, e a mais antiga de todas, o discurso do jornalista Bernardo da Veiga, que, em seu Almanach Sul-Mineiro, para os anos de 1874 e 1884, nos oferece subsídios para se entender os primeiros momentos do antigo Pouso do Mandu; o outro viés também vem de um jornalista, Amadeu Queiroz, um apaixonado pela cidade e sua história, o que pode ser verificado na sua principal obra Pouso Alegre: a origem da cidade e a história da imprensa.
Marco divisório entre as capitanias de São Paulo e de Minas do Ouro, o chamado Pouso do Mandu seria de grande relevância na formação territorial do sul das Minas Gerais, considerando-se a sua posição estratégica para o avanço dos desbravadores da hinterlândia brasileira, vindo com eles a fixação do homem, criando arraiais, vilas e cidades, que prosperaram e fizeram a grandeza de um dos mais pujantes estados da federação.
A obra, ainda que diminuta em suas páginas, pretende mostrar principalmente a fé que os pouso-alegrenses devotaram e devotam à instituição católica naquele município, o que, sem dúvida, foi um esteio para, não só a propagação da religião, como também o surgimento de um dos mais ricos municípios de todo o estado de Minas Gerais. Pouso do Mandu, Bom Jesus do Pouso Alegre e, posteriormente, Pouso Alegre são denominações de uma região que nasceu às margens desse rio – o Mandu, e que teve na figura do Bom Jesus do Matosinhos, o seu padroeiro e protetor.
Pouso Alegre que foi a primeira Diocese do Sul das Minas Gerais, criada em 4 de agosto de 1900, pelo decreto pontifício Regio latissime potens, do Papa Leão XIII, tendo tomado posse como primeiro bispo diocesano D. João Batista Corrêa Nery.
Pouso Alegre que deu ao Brasil uma figura extraordinária como o padre José Bento Leite Ferreira de Melo, senador do Império e deputado provincial. Hoje é inconteste o seu desenvolvimento com a formação de um núcleo industrial que ombreia com quaisquer outros de seu porte.
Assim, ainda que esta pesquisa venha à luz neste ano de 2021, o autor a dedicou aos 300 anos de criação das Minas Gerais, efusivamente comemorada na sua data magna – 2 de dezembro – por todas as entidades mineiras, destacando-se com mais ênfase o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, do qual o autor pertence desde 2013 como membro titular da cadeira no 26, cujo patrono é o médico baependiano Polycarpo Viotti.
Paulo Paranhos