A medida que o tempo passa, vamos amadurecendo.
Quando comecei minha caminhada cristã, aprendi de forma totalmente equivocada, que àqueles que servem a Deus, jamais sofrem! Ledo engano de uma teologia rasa e superficial.
A vida cristã e a relação com Deus são feitas de altos e baixos. Não sou anjo e nem pretendo ser.
Vivo a realidade da minha espiritualidade sem utopias e idealismos fúteis.
Já caminhei na fronteira onde atolam os prepotentes – e não pretendo voltar!
Teve um tempo em que eu dizia que certezas espirituais blindam contra decepções, tristezas e pontapés existenciais – meu Deus, como fui tolo!
Sofri muito por superestimar a capacidade de anular contingências – quem conhece minha intimidade, sabe!
Vitima por muito tempo dessa teologia rasa e superficial, cri na mensagem religiosa que promete engrenar o cotidiano, garantindo vitória em cima de vitória – houve muita queda!
Desse jeito, desperdicei muita energia querendo tornar obediência a um Deus institucional, e às suas leis institucionais, em livramento; busquei ser um cristão virtuoso como meio de alcançar um dia-a-dia protegido – óbvio que não consegui! Afinal, Deus é relacional.
Depois de vários tombos, inúmeras bobagens, enormes desapontamentos e grandes decepções, acordei: a vida não se deixa encabrestar!
Percebi ao longo dos anos que nunca havia conseguido me ajustar a superegos inclementes, internos e externos. Não me dou bem com quem vive se vitimizando para se mostrar “espiritual”.
Acordei a tempo. Minha estrada continua esburacada, mas agora, com menos pressa e mais manso, aprendo a ser um pequeno irmão da humanidade.