Procuro e desejo falar de espiritualidade sem desconectar a alma do mundo.
Acredito que Deus não vive escondido em canto remoto do universo. Ou preso em uma caixa de sapatos a disposição de quem deseje lhe usar na hora que bem entender. Não o percebo apenas numa dimensão paralela, sobrenatural, inacessível, mas nos atos solidários e amorosos. Deus ama pessoas, por isso preferiu tabernacular entre nós – seu nome é Emanuel. Não penso em espiritualidade como esforço de ganhar fama, já faz tempo que desisti do fascínio do sucesso, de entreter plateias, de ser unanimidade.
Quero prosseguir construindo pensamentos sobre Deus que expressem bondade – a virtude que nos livra da bestialidade.
Nosso país, carece de ser compreensivo com os menos afortunados, nunca permitindo que falsas culpas se acumulem nos despossuídos.
O conceito que desenvolvemos em nosso peito sobre Deus reflete o que mais sonhamos para o mundo.
Se falamos de amor, não há como nos manter de olhos fechados com os anseios e necessidades dos que estão vivendo dias tenebrosos.
A religião que agrada a Deus coincide com a oração de Francisco de Assis: “Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se nasce para a vida eterna”.
Em minha teologia, toda a lei se resume nisso: Amar a Deus no rosto do meu próximo.
(Eduardo Garcia)