É de Conceição do Rio Verde o eleito melhor café do país, escolhido com pontuação de 91.32 no Cup of Excellence, competição que reuniu amostras dos melhores cafés brasileiros. Na fazenda Pedra Negra, em Três Pontas MG, uma cerimônia reuniu produtores de cafés especiais de dez regiões cafeeiras do Brasil durante o final de semana (28 e 29 de outubro).
Das mais de 600 amostras, 40 chegaram a essa fase final. O concurso separou os cafés especiais em três categorias: via úmida, via seca e uma via que é a novidade desta 24ª edição, que deu espaço para processos de beneficiamentos experimentais. Foi nesta categoria que o café gueixa da fazenda Ipanema Agrícola alcançou pontuação de 91,32 pontos
“Foi um processo de fermentação que o café ficou em um processo sem a presença de oxigênio durante aproximadamente 90 horas, dando esse resultado espetacular”, falou o produtor rural Rodrigo Rodrigues.
Ele também se consagrou com a nota do café da categoria via úmida, o grande campeão nacional da competição alcançou nota 92,15.
“É uma combinação de local, da variedade, dos cuidados de colheita e pós-colheita. Isso engloba pessoas, todos os nossos colaboradores. É um conjunto de fatores”, falou Rodrigues.
Das amostras finalistas, destaque para o grupo representado pelo Luís Paulo. A família dele administra cinco fazendas produtoras de café em Carmo de Minas e recebeu cinco prêmios nas três categorias do concurso.
Hoje temos o Oscar do café brasileiro e sempre estar presente aqui é bom, quem não quer estar entre os melhores cafés do Brasil. Estamos desde 2002 competindo e todos os anos entre os melhores cafés. Isso realmente mostra a dedicação e o potencial de toda região”, comentou o produtor Luís Paulo Dias Pereira Filho.
A diretora da maior organização internacional de comércio de café, Vanúsia Nogueira, é de Três Pontas e conduziu o concurso por mais de uma década. Ela comemorou o fato da final ser no Sul de Minas.
“Acho que podemos estar dando um incentivo para o pessoal de Três Pontas e da região para aprimorar cada vez mais seus cafés. Um movimento muito grande, chama a curiosidade a atenção, todo mundo curioso na cidade perguntando do que se tratava. Isso vai atiçando a curiosidade do pessoal e vai motivando todos a produzirem com mais qualidade. Na hora que você produz com mais qualidade, você consegue mais preço. É isso que todo produtor quer no final”, disse a diretora executiva da OIC, Organização Internacional de Café.
Para selecionar os melhores cafés do Brasil, juízes de dez países diferentes. Eles estiveram em Três Pontas durante quatro dias fazendo as provas das amostras, classificando e dando as notas para os cafés selecionados.
Destaque para os asiáticos, que mostra a abertura de mercado para os cafés do Brasil. “Nossa companhia gosta muito do café brasileiro. Então, é um tipo de café muito doce, frutado, cítrico, o que me faz feliz”, falou a juíza coreana Ji Young.
Agora, os lotes vencedores vão ser comercializados em um leilão no dia 6 de dezembro.
“Foi uma edição que apresentou muita variedade para o mercado de cafés especiais no mundo. Apresentamos novos perfis sensoriais, novos cafés que foram capazes de surpreender juízes bastante experientes”, disse o diretor executivo da BSCA, Vinícius Estrela.
