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AMBIENTALISTA REALIZA 5ª EXPEDIÇÃO DE CAIAQUE PELO RIO VERDE

O ambientalista Ronipeterson Landim Costa, membro do Coletivo Rio Verde VIVO deu início no último sábado (24) a 5a Expedição pelo Rio Verde.

O ponto de partida foi a cidade de Passa Quatro-MG e serão mais de 300 km de caiaque até o Pontalete, encontro das águas dos rios Verde e Sapucaí, na divisa entre os municípios de Elói Mendes, Paraguaçu e Três Pontas. Ao longo do percurso ele vai anotando, fotografando e observando as mudanças no rio, ao final sempre produzem um relatório.

Confira a entrevista com Ronipeterson Landim Costa

Onde você nasceu nasceu?

Nasci em Bom Jardim de Minas, em 06 de julho de 1979. Minha infância tem tudo a ver com os rios, na minha cidade natal, passa o Rio Grande e em Arantina, cidade de minha avó, tinha um rio no fundo, ao qual eu já tinha admiração e medo por aquele riozinho. Minha infância foi bem difícil, mas sobrevivi.

Como nasceu a paixão pelo rio Verde?

A paixão pelo rio Verde surgiu há muito tempo, cerca de 13 anos. Mas só houve um encontro quando Deus através do Rio Verde, meu deu uma nova chance de vida!

Quantas expedições já realizou?

No rio Verde já fiz quatro expedições. Já fiz uma expedição pelo Rio Sapucaí, em janeiro de 2017, junto com um amigo chamado Christian Valias, sendo 196 km em 4 dias de expedição, remamos muito, bem puxado.

Quais os maiores desafios para descer o rio?

Um dos maiores desafios é a grande distância do ponto de saída ao ponto de chegada diário, o menor trecho tem 12 km e o maior 38 km, isso se torna muito cansativo, fora os obstáculos que é a grande quantidade de árvores caídas no leito do Rio Verde, que causa o acúmulo de lixos e aguapés que me obriga a fazer várias paradas, subir barrancos e arrastar o caiaque pela mata fechada até encontrar o leito do rio sem obstáculos e continuar a jornada.

O que você tem visto nestas expedições. Tem notado um aumentado da poluição e destruição das matas ciliares?

Nestas quatro expedições que foram realizadas em agosto de 2017, setembro de 2018, novembro de 2019 e novembro de 2020, nada mudou, sinto que piorou bem, os crimes ambientais continuam crescendo de maneira desenfreada, as dragas têm destruído as margens do rio Verde, de uma maneira criminosa e pouco tem feito para coibir os crimes, eles com seus monstros estão matando nosso rio.

As cidades também retiram as águas sagradas do rio Verde que passam pelo tratamento e chegam às casas da população, depois em troca o rio Verde recebe esgoto in natura e muito lixo. É um crime e uma vergonha estes Municípios que não valorizam esse rio tão importante para o Sul de Minas, que ajuda a formar o Lago de Furnas, maior reservatório do Brasil.

E qual o lado positivo destas descidas?

Eu vejo que as expedições têm conseguido tocar no sentimento das pessoas quanto ao pedido de socorro do rio Verde, já pensei em desistir, mas o desejo de salvar esse rio que salvou a minha vida é mais forte dentro de mim.

Eu penso que se não fosse as expedições junto com o acervo fotográfico e os relatórios que sempre elaboro após as expedições, nem as autoridades saberiam que o rio Verde clama por socorro.

Acredito que não tenho como parar, apesar das dificuldades de se fazer uma grande expedição com mais de 300 km dentro de um caiaque somente com as forças dos braços, eu preciso continuar com esse trabalho prestado a humanidade!

Quais os próximos planos e sonhos?

O meu maior objetivo é salvar o rio Verde, já não é mais um sonho é objetivo de vida. No momento estou construindo uma estação flutuante de pesquisa que será colocada no leito do Rio Verde, junto com a maior barreira ecológica flutuante, aqui na Ponte dos Buenos, entre os municípios de Elói Mendes e Varginha. Essa estação vai ter vários aparelhos para medir os parâmetros das águas do Rio Verde, que por aqui passam e a barreira para reter os lixos flutuante que vem das cidades acima. E poderá servir para Universidades, Escolas visitarem e utilizar a estação para pesquisas. Eu já comecei a construir ela, estou buscando parceiros para finalizar este grande sonho, que vai ajudar imensamente o Rio Verde.

Nos deixe uma mensagem

O sonho que tenho é que a humanidade valorize o meio ambiente, os rios, as florestas, os animais sem eles não vamos sobreviver.  Existe um provérbio africano, que quem ofende um rio ofende a Deus!

Fonte: Diego Gazola, jornalista

COLETIVO RIO VERDE VIVO

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