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O BOM DO HUMOR

Coluna: SEGUIMENTOS - por: Antonio Trotta - Jornalista, Escritor e Poeta - 05 de fevereiro de 2025

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O humor desconhece razões. Ele circula pelas emoções. O humor não pede licença, entra e instala-se, de repente, entre o alegre e o triste, entre a confusão e a harmonia, entre o sério e o descontraído. Pode-se segurá-lo, ou não, mas ele já está mais do que alojado; está confortavelmente aguardando para explodir em gargalhadas. Muitas vezes estoura e manda fragmentos de alegria para todos os lados. A razão tenta desarmar o humor que já está em contagem regressiva. Quando muito, é possível retardá-lo; desativá-lo é pura insensatez.

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O bom do humor é que ele não tem conta em banco. Mas muita gente o deposita, em bancos de praças, de rodoviárias, de ônibus, de carros e, até, das igrejas. Ele acontece. Aparece como que do nada. Vem através de pessoas ou situações inimagináveis. Chega em forma de ruídos, resmungos, cochichos, caretas, gestos, palavras, expressões… Ri-se de algo longe, perto, no tempo, na memória, no minuto seguinte. O humor não cabe no tempo, não cabe no espaço, ocupa apenas o sorriso do tamanho da graça e da alma.

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O bom do humor é que ele não vem em caixinhas. O humor faz bem à saúde. Ele relaxa os nervos e os nervosos. Descontrai a musculatura, principalmente a facial. Chega mesmo a ser diurético e pode até causar diarreias, às vezes, necessárias. Limpa o corpo e a alma. Não tem prescrição; em certos ambientes, pede-se, apenas, discrição. Não tem contraindicação; aliás, é indicado sempre, na maioria das circunstâncias. O melhor é que é autoaplicável e contagiante. Na tensão, abaixa a pressão. Descarrega o ambiente e descongestiona narinas, garganta – e sisudez. O riso se torna uma excelente terapia e forma-se, de graça e com toda graça, a terapia do riso.

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O bom do humor é que ele não vem servido em garrafas, mas quebra gelo. Quantas vezes, ele nos auxilia naquelas situações embaraçosas, constrangidas e constrangedoras, sem saída! De repente, como que do nada, lá está ele, pronto para fazer os ânimos se abrandarem. Ufa! Essa foi por pouco. O que parecia um desastre acabou por apaziguar corações. Foi como estourar champanhe. Depois da explosão, um brinde de sorrisos e boas risadas.

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O bom do humor é a não necessidade de reposição de peças. O humor é como uma válvula de escape. Não dá para ignorá-lo, nem desprezá-lo. Ele simplesmente alivia a tensão, o mau humor e a seriedade do dia-a-dia. Muitas vezes, até sem ter do que rir, a gente se pega rindo. Ri do mundo, de si mesmo, da vida! E rir de tudo não é defeito de fabricação humana, nem de desajuste na válvula emocional, nem de caráter. É pura necessidade. Às vezes, achamos motivos para rir das coisas mais absurdas. É como afrouxar um parafuso na alma e, sem motivos aparentes, dar, simplesmente, boas e memoráveis gargalhadas.

  • · · O bom do humor é que faz bem!

 

Antonio Trotta – Jornalista, escritor e poeta

 

Foto: Pexels – Disponível para uso gratuito – Ocean City, NJ, United States

16 Comentários

  1. “O bom humor é a não necessidade de reposição de peças…”é uma escolha de perspectiva…aceitar as imperfeições sem exigir consertos imediatos. Ele transforma adversidades em alívio, tornando o dia mais leve. Afinal, viver bem é mais sobre adaptação do que perfeição…e deixa a vida bem mais leve. Parabéns!!!!

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