Economia e NegóciosPouso AlegreSão LourençoTrês CoraçõesVarginha

ALIMENTAÇÃO FORA DO LAR: 75% DOS EMPRESÁRIOS MINEIROS ESPERAM AUMENTAR VENDAS NO FIM DE ANO

Segundo André Yuki, as expectativas de aumento no consumo nos finais de ano são sempre positivas

De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor de bares e restaurantes prevê um final de ano aquecido; 78% dos empresários entrevistados projetam aumento nas vendas em relação ao mesmo período de 2023. Esse otimismo reflete a confiança em um maior fluxo de clientes com a chegada das festividades e das férias de fim de ano, além do aumento do poder de compra, impulsionado pelo pagamento do 13º salário.

As boas expectativas surgem em um momento oportuno, em que seis a cada dez bares e restaurantes (62%) ainda operam sem lucro, segundo a pesquisa. O setor enfrenta dificuldades devido à pressão da inflação e ao aumento dos custos operacionais, que comprometem a margem de lucro. Assim, a chegada do fim de ano representa uma chance para impulsionar o faturamento e reduzir prejuízos e dívidas acumuladas.

Para o presidente da Abrasel no Sul de Minas, do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Varginha (SEHAV) e da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de Varginha (ACIV), André Yuki, as expectativas de aumento no consumo nos finais de ano são sempre positivas. “Esse aumento é impulsionado por vários fatores, como as promoções da Black Friday, o 13º salário e o clima de festividades, celebrações e confraternizações, que proporcionam um aumento significativo no consumo”, explicou.

Ainda segundo André Yuki, este é um excelente momento para atrair consumidores e aumentar as vendas. “Não adianta ficar de braços cruzados e esperar que os clientes venham até você; é importante pensar em estratégias eficazes. Decorações temáticas natalinas podem incentivar os consumidores a entrarem no estabelecimento, projetando um aumento de até 30% nas vendas durante o período. Além disso, ofertas exclusivas, promoções, descontos e combos especiais podem ser grandes atrativos”, enfatizou.

Outro conselho do presidente é utilizar as redes sociais para divulgar suas ofertas e eventos para um grande público, investindo em eventos e experiências diferenciadas e formando parcerias com outras empresas locais para criar promoções conjuntas e aumentar o alcance da sua marca. “Oferecer serviços extras, como delivery com entrega grátis e atendimento personalizado, são algumas formas de se destacar e aproveitar para aumentar o faturamento no final de ano”, concluiu.

Minas Gerais

A pesquisa realizada com empresários do setor em todo o estado de Minas Gerais aponta que 75% esperam aumentar as vendas no fim de ano em comparação ao mesmo período do ano passado, 16% esperam que as vendas se mantenham iguais e 9% acreditam que elas cairão.

Em relação às contratações, 36% pretendem contratar mais funcionários para suportar o aumento na demanda, 57% vão manter o quadro de empregados e apenas 7% têm a intenção de demitir. Além disso, 23% das empresas registraram prejuízo em setembro, 37% ficaram em equilíbrio, 39% realizaram lucro e 1% não existiam em setembro.

Outro dado importante é que 34% não conseguiram reajustar os preços dos cardápios nos últimos 12 meses e 37% têm dívidas em atrasos: 72% devem impostos federais, 51% devem impostos estaduais, 35% têm empréstimos bancários em atraso, 29% devem a fornecedores de insumos como alimentos e bebidas, 28% devem encargos trabalhistas e previdenciários, 26% estão em atraso com taxas municipais, 24% têm débitos com serviços públicos como água, luz, gás e telefone, 9% têm débitos de aluguel, 7% devem a fornecedores de equipamentos e serviços e 4% estão em atraso com pagamentos de empregados.

Para a presidente da Abrasel em Minas Gerais, Karla Rocha, a expectativa de aumento nas vendas para o final do ano reflete o otimismo dos empresários do estado, o que pode impulsionar as margens de lucro e favorecer a recuperação econômica. “Apesar das empresas ainda carregarem dívidas acumuladas e enfrentarem dificuldades para reajustar preços, o período de festas chega como uma oportunidade importante para transformar esse cenário”, disse.

Sul de Minas

O vice-presidente da Abrasel no Sul de Minas e presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Pouso Alegre (SINDIPA), Rolando Brandão, conta que a decoração de Natal em Pouso Alegre e a volta do réveillon este ano, com show e queima de fogos na Via Gastronômica do município, atrai diversos turistas.

“Por isso, é grande a expectativa dos empresários do setor de alimentação fora do lar, que se preparam desde o início do segundo semestre para o fim de ano. Destacamos ainda, a riqueza da nossa gastronomia, que atrai muitos turistas para a nossa região. São municípios que possuem pratos com ingredientes únicos e produtos locais diferenciados, tornando ainda mais especial a experiência dos visitantes”, relevou.

No Circuito das Águas, o conselheiro da Abrasel e proprietário do Agostini São Lourenço e Caxambu, Fernando Megda, conta que no final do ano, há um aumento significativo de visitantes nas cidades, impulsionados pelo clima agradável e pelas atrações naturais e culturais da região.

“A perspectiva é de aumento no fluxo turístico, uma excelente oportunidade para o setor, já que o público busca experiências gastronômicas que complementam a viagem. Em São Lourenço e Caxambu, os restaurantes, bares e cafeterias atraem os visitantes com menus regionais, produtos artesanais e opções sazonais, valorizando ingredientes locais e promovendo a cultura gastronômica da Mantiqueira. O setor investe em atendimento diferenciado e estratégias de marketing para maximizar os resultados nesse período aquecido pelas festividades e férias de final de ano”, explicou.

Em Poços de Caldas, a conselheira da Abrasel e proprietária da Pizza na Roça, Sbbangiare e Piccolina, Gina Carneiro, acredita que será melhor que no último ano. “Como empresária do ramo de restaurantes, tenho uma boa expectativa para o movimento do final do ano. Com referência ao ano passado, penso que será melhor, visto que iniciaram mais cedo as procuras por reservas e confraternizações que fomentam nossas casas em novembro e dezembro”, explicou.

Ainda de acordo com Gina, Poços de Caldas possui um turismo muito forte, onde recentemente os pontos turísticos foram privatizados e têm atraído um número maior de turistas, aumentando ainda mais as expectativas para a alta temporada de dezembro/janeiro. “Acredito que o aumento será impulsionado pela primeira parcela do 13º salário, pago no mês de novembro, onde as pessoas já começam a ter uma folga financeira para gastar com lazer”, afirmou.

O presidente da ABRE Poços de Caldas, Adalberto Oliveira, também está otimista. “As confraternizações e reservas já estão sendo realizadas com antecedência, o que indica um aumento significativo na movimentação do setor. Nossa expectativa é superar o movimento do ano passado, com um aumento de pelo menos 30% nas vendas. Acreditamos que a combinação de nossa hospitalidade, culinária de qualidade e o clima festivo da cidade vai atrair muitos turistas e moradores para os estabelecimentos e fazer deste um final de ano magnífico em Poços de Caldas”, contou.

Alta na demanda impulsiona contratações 

Com a expectativa de aumento na demanda, as contratações em bares e restaurantes também ganham força. Segundo a pesquisa, 40% dos empresários pretendem ampliar o quadro de funcionários até dezembro. “Com mais colaboradores, os estabelecimentos estarão mais bem equipados para lidar com a alta de clientes e proporcionar uma experiência positiva, fundamental para fidelizar o consumidor que chega nesse período,” afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

Para atrair novos talentos, os empresários estão adotando diversas estratégias. Cerca de 40% dos que planejam contratar afirmam que implementarão premiações por desempenho, criando um ambiente de competitividade saudável. Além disso, 26% deles estão investindo em cursos e treinamentos para capacitar suas equipes, enquanto 23% planejam oferecer salários acima da média do mercado para se destacar na atração de profissionais qualificados.

Otimismo marca fim de ano, mas apostas online preocupam empresários

O levantamento realizado pela Abrasel também revela dados sobre o impacto das apostas online, conhecidas como “bets”, no setor de alimentação fora do lar. De acordo com a pesquisa, 44% dos empresários acreditam que as apostas online têm influência na gestão ou no resultado de seus negócios. Entre eles, 63% percebem mudanças no comportamento dos funcionários devido ao envolvimento com apostas esportivas, o que vem trazendo desafios para a gestão de equipes.

“O envolvimento com as bets tem gerado sérios impactos na vida dos funcionários, levando ao endividamento, faltas ao trabalho e problemas psicológicos que afetam suas relações interpessoais. Além de prejudicar o bem-estar mental dos colaboradores, isso também compromete diretamente a qualidade do serviço prestado, criando um ciclo vicioso que diminui a produtividade e gera insegurança financeira”, ressalta Solmucci.

Além dos impactos nas finanças e na saúde dos funcionários, 62% dos empresários também notam uma redução na frequência dos consumidores nos estabelecimentos. A maioria (60%) percebeu uma diminuição nas vendas desde que as bets foram liberadas no Brasil, e 86% relacionam essa queda aos hábitos de apostas online.

“Os serviços de apostas e jogos estão desviando cada vez mais receitas que poderiam ser direcionadas ao consumo na economia. Com o aumento da renda média no país, setores como comércio e serviços poderiam estar registrando resultados melhores. No entanto, quando as pessoas destinam seu dinheiro para as apostas, elas acabam reduzindo seu poder de compra, o que resulta em menos atividades de lazer, como frequentar bares e restaurantes”, completa Solmucci.

Em setembro, a Abrasel assinou, junto a outras instituições representantes dos setores de comércio e serviços, um manifesto pedindo a regulamentação das propagandas e do acesso aos jogos de apostas online. O documento ainda aponta outras duas ações que podem ser implementadas imediatamente para conter o crescimento desenfreado das bets: o bloqueio de cartões de crédito para apostas e uma tributação maior na operação.

 

Fonte: Ana Luísa Alves / Abrasel Sul de Minas.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo