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ACADEMIA CAXAMBUENSE DE LETRAS

Maria Cristina Mallet Porto

A coluna de hoje é com Maria Cristina Mallet Porto, Acadêmica correspondente Astróloga Integrativa, Terapeuta, Orientadora em Desenvolvimento Humano, Gestora de Projetos Editoriais e Promotora de Eventos Culturais

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A travessia dos anos 60 ao século XXI

Queria tanto vir aqui para falar de coisas leves como beleza, alegria, harmonia, paz! Queria tanto trazer encantamento com minhas palavras, poética, inspiração. Sou de uma geração que viveu Beatles, Woodstock, Pink Floyd, a Jovem Guarda, os Festivais da Record, a Bossa Nova, como não dizer, Tom, Vinícius, Chico, Elis, Milton, Caetano, Secos e Molhados, Rita Lee. Geração que assistiu maio de 68 na França, as mães da praça de maio na Argentina, a chegada do homem à lua, a mobilização pelas diretas-já. Filmes como “2001,Uma Odisséia no Espaço”. Vimos Gandhi, Martin Luther King, Mandela.

Estes são alguns exemplos de fatos que vivemos e que o tempo não apagou de nossa memória. Quebramos inúmeros paradigmas para que a mulher pudesse se expressar e ocupar seu espaço! Derrubamos o muro de Berlim! Tudo isto pra dizer que faço parte de uma geração que sonhava e atuava por um mundo melhor .

E o que seria um mundo melhor? Ah! Um mundo mais justo, equânime, em equilíbrio. Um mundo onde a humanidade fosse realmente Humana, fraterna, solidária. Um mundo, onde cada um buscasse ser uma pessoa humana melhor, e despertasse para o fato de que a Inteligência, a Força, a Sabedoria, atuam através de nós, não apenas para nós, mas sim a serviço do bem comum. São virtudes e condições que pertencem a esferas superiores e nós, os humanos, deveríamos expressá-las para elevar nossa condição de seres  chamados inteligentes. Somos o único reino portador de Consciência e ela é a possibilidade, que nos faz diferentes dos demais.

Não posso dizer que não conseguimos. Conquistas foram feitas. Estamos numa longa travessia. Demos um salto quântico em vários aspectos. Muitas palavras se tornaram expressão de um novo tempo. Atualmente se fala em Cultura de Paz, onde o diálogo, a escuta ativa, a empatia, a inclusão, a mediação são atitudes de linhas de frente. Ecologia pessoal, social e ambiental são fundamentais para uma sustentabilidade sistêmica.

Em um mundo de dualidades, onde fomos educados para escolher entre isto ou aquilo, crenças rígidas, fomos estimulados a fazer escolhas radicais. Tudo o que divide, parte, separa, precisa ser olhado com cuidado. A quem interessa dividir, partir, separar? O Amor traz o ensinamento da União, da Unicidade. Neste  momento, muito importante sairmos da visão dual, irmos a um andar acima, olhar de um  outro lugar, e perceber o quanto os valores ficaram invertidos.

Um bom exemplo desta inversão é uma sociedade que chama o natural de alternativo, e assume o químico como natural. Muitos equívocos e distorções nos afastaram da nossa essência! Gostaria que minhas palavras soassem como um convite! Não é utopia, ideologia, é esperança. É acreditar que é possível. É ter um propósito que possa colaborar para a realização daquele mundo que sonhávamos e que ainda pode existir. Um resgate, em uma oitava superior, incluindo os novos aprendizados. Depende de cada um e de todos nós. Que tal nos darmos as mãos?

Como disse Beto Guedes, “vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois!” Somos co-construtores, co-responsáveis, co-atuantes de nossa realidade. Para onde queremos ir? Estamos no século XXI . E não é ficção! Entrar neste caminho seria como falar de alegria, vida poética, a harmonia que expressa a verdadeira beleza! Como cantou Elis: “Eu quero ver a Esperança de óculos”.

Academia Caxambuense de Letras – setembro de 2021

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