ILUMINURAS – NÉLIDA PIÑON
Ela é uma das principais vozes da literatura, premiada no Brasil e no exterior, tem mais de 30 obras lançadas e foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras. O Iluminuras tem a honra de receber nesta semana a escritora imortal Nélida Piñon. Há 15 anos sem publicar um romance, recentemente Nélida lançou a obra: “Um dia Chegarei a Sagres”.
O livro é ambientado no século XIX, conta a trajetória de um homem em luto e sem perspectivas que elegeu o mar como extensão de seus caminhos. Depois de décadas engavetado, o projeto para a criação do livro saiu do papel, em 2018, quando a escritora desembarcou em Portugal com objetivo claro: escrever o romance que reproduzisse o espírito navegador que marca a trajetória do povo português.
Em entrevista à jornalista Rafaela Vivas, na primeira parte do programa, a escritora apresentou o protagonista Mateus, filho de uma prostituta e de pai desconhecido e que é criado pelo avô, Vicente, na região rural do norte de Portugal. Em meio a uma rotina sem expectativa, Mateus abandona a aldeia quando o avô morre, embalado pelo mito do Infante Dom Henrique de Avis, que, no século 15, foi o principal impulsionador da expansão portuguesa pelos mares. O rapaz segue para Lisboa até chegar à vila de Sagres.
Durante a conversa, Nélida fala da busca do personagem, que em sua saga descortina o passado e o futuro, e das suas descobertas nos dois anos de trabalho para apuração do livro em Portugal. “Senti a presença do Infante Henrique, como se ele estivesse instigando a enfrentar o oceano, e, mais importante, senti o vento que sempre empurrou aqueles homens a se aventurar no mar”, se emociona a acadêmica. Em meio às histórias de Sagres, Nélida compartilha a viagem pela história e pelas palavras, no país de Camões.
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